quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Jumpers

No início de 2008, Fabyo Silva experimentaria um novo tipo de esporte urbano. Ele desafiaria uma companhia, fugiria, daria gargalhada das situações e, ainda, caminharia com seus comparsas.
Fabyo é um rapaz de 24 anos, moreno, aproximadamente 1,75m, magro e trabalha como operador de telemarketing, em uma das maiores empresas de call center de São Paulo, a Contax. A empresa localiza-se próximo à estação Lapa, Linha 8 da CPTM. Ele fazia parte da operação do Finasa, que pertence ao Bradesco, na área de atendimento ao cliente.
Certo dia, Cristiano (Cris), amigo de Fabyo, chegou ao trabalho falando sobre um jeito para pular a estação e entrar de graça:
– O gerente tem um esquema para a gente entrar na estação na faixa. Um guarda faz vista grossa pro pessoal que pula.
Fábio, o gerente, apelido recebido por andar sempre bem trajado e arcar com as despesas dos amigos, recebeu a informação sobre o embarque no trem sem ter de pagar a viagem. Cristiano passou a falha na segurança, e ele comunicaria mais 30 amigos. Todos ficaram alvoroçados com tamanha possibilidade de sobrar algum dinheiro a mais no fim do mês.
Cris já pulava a estação desde 2007, era um jumper experiente. Assim se denominam aqueles que pulam a estação. Inclusive, na Internet, é possível obter relatos de vários deles.
No mês de fevereiro de 2008, Fabyo e mais 30 amigos começaram a pular a estação Lapa. Durante três meses, por volta das 20h30, o grupo de rapazes da Contax saíam do trabalho e praticavam o diferente esporte urbano. E não era só pela economia em dinheiro, mas também pela adrenalina:
– Era muito louco pular o muro, o coração batia mais forte, fora a economia, hehehe.
Mesmo com a facilidade em pular a estação, deveria haver alguns cuidados:
– Quando a gente começou a pular várias pessoas notaram, nós chamávamos a atenção por ser um grupo grande. O guarda que ficava na estação fingia que nem via a gente, aí foi festa, né?
Na estação Lapa, havia dois muros, um menor e outro maior; os rapazes pegam impulso e utilizam um para subir no outro, o menor faz uma escada ao muro maior. Depois que os jumpers entravam na malha ferroviária, caminhavam até a estação:
– A coisa estava tão facilitada para o nosso lado, que até colocaram uma corda para a gente não cair. E acho que foi o pessoal lá de dentro mesmo quem fez isso.
– Acho que devido ao nosso êxito em pular a estação, outros começaram a pular também.
Na operação da Contax, existem 240 pessoas. Cristiano, o único que pulava com freqüência, alertou Fabyo, que disse a outros 30 amigos, que, por sua vez, passaram a outros amigos. No final de três meses, 240 pessoas pulavam o trem da estação Lapa.
Os olhos de Fabyo brilhavam, a sensação de perigo percorria seu corpo. Porém, sentiu na pele o dia em que seu “esporte urbano” foi interrompido, de maneira brusca e vexatória:
– Numa sexta-feira, eu e meus amigos íamos para uma balada. Estávamos em 11 pessoas. Chegamos (sic) no mesmo local de sempre às 20h35. Um homem aproximou-se de nós e disse para não (sic) pular, pois tinha policias à paisana na estação. Inconseqüente, não dei bola e pulei o muro. Quando a gente iá chegando (sic) na estação, um cara bem vestido vinha seguindo a gente. Alguns momentos depois ele sacou uma arma e aos gritos disse para encostar, que era a polícia.
Numa sexta-feira à noite, garotos com idades entre 18 a 24 anos, bem trajados, foram abordados por policias à paisana, pegos em flagrante por pularem o muro da estação Lapa da CPTM, Linha 8.
Fabyo sentiu-se envergonhado, nunca passara por tal situação antes. No lado oposto da estação, sentido Amador Bueno, supervisoras da Contax, de operações vizinhas do Bradesco, reconheciam o rapaz e comentavam. Suas expressões demonstravam terror e curiosidade. Os outros 11 rapazes ficaram imóveis:
– Eles mandaram a gente subir para uma salinha, na parte de cima da estação. Começaram a fazer várias perguntas, se a gente tinha passagem, se usava drogas, coisas que polícia costuma a perguntar. Mais três caras, que nós não conhecíamos, pularam também e dançaram. Nossos documentos foram recolhidos para confirmar se não tínhamos passagem mesmo.
– Os caras gritavam com a gente, para tentar nos intimidar, mas não chegaram a bater. Chegaram a pedir pra gente fazer 30 flexões. O primeiro a fazer foi o mais novo de nós, o Robson (Robinho). O Robinho tem 18 anos, magrinho como uma vareta, se posicionou para fazer a flexão e não agüentou, nas primeiras já caiu. Os policiais, sérios, gritavam com ele para continuar. Não me agüentei e soltei uma risada quando o Robinho caiu. Um policial veio em minha direção e disse: “Capitão, o rapaz aqui está achando engraçado! Agora é a sua vez, deita no chão”. Nesse momento, um amigo meu, o Paulo, estava quase chorando; a cada grito dos policiais, escorria uma lágrima dos seus olhos.
Um grupo de 11 rapazes infligiu a lei da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos e sentia um terror intenso, causado por aqueles que têm o dever de proteger a companhia e os passageiros:
– Quando me apresentei para fazer a flexão, o capitão perguntou o que achei engraçado. Disse, confiante e sem demonstrar medo, que foi a queda do Robinho. Estava esperando eles me baterem, então não baixei a cabeça. Quando comecei a fazer não agüentei, só fiz seis. Aí o capitão gritou: “Você é um imprestável, não consegue fazer nada. Só presta pra pular estação mesmo.”. Então, fui pro canto da parede.
Os policias ainda não se davam por satisfeitos, queriam mais. Pediram para todos, ao mesmo tempo, fazerem flexão, até ficarem com os braços doendo:
– Depois de mais flexões, os policiais começaram a fazer outras perguntas como onde a gente trabalha,se estudávamos. Aí, falamos que trabalhávamos no Bradesco, e em relação ao estudo, com os braços doendo e morrendo de medo, todo mundo virou doutor. Eu falei que fazia Análise de Sistemas, o Marcelo disse que era Web designer, o Vinicius (Vinnie) falou que era desenhista. O policial disse: “Ou seja, todo mundo é importante, né?”.
Durante 1h30, os jumpers ficaram confinados com policias, aprendendo a duras penas que esportes proibidos não têm lugar na ferrovia. Saíram por volta das 22h, suados e sujos, sem poder aproveitar a sexta-feira à noite, por conta da adrenalina e da economia em pular os muros da CPTM.
Depois desse episódio, Fabyo Silva, Cristiano, Marcelo, Paulo, Robson e Vinícius não pulariam mais o trem, passariam a usar os bilhetes que compravam, deixando-os na carteira para eventuais emergências. As aventuras como jumpers chegaram ao fim no mês de abril; agora eram apenas usuários dos trens metropolitanos.

8 comentários:

Fernando M disse...

Eu era uma desses 11 jumpers que foram pegos...hehe foi hilario o robinho pagando flexao e não aguentando.

abração para todos,
Fernando Finasa!!

Unknown disse...

Uau, a história foi bem Contada e tudo. MAs teve mais fatos ai^^

NEsse dia eu tava com um mal presentimento!! ai deu zica neh haueheuhs^^ -Escorria uma lagrima dos olhos do paulo, jaeheauheus PEgo pesado, dexa ele vÊ isso aki!!!! hahahahaha

by:viNNie

Unknown disse...

[i][b]eaeee eu sou o Fabinho ( robinho )

muitoo loko esse diaa
tudu verdade tinha nego quase chorando acho que o paulo nunca tinha levando um emquadro huauhahu

.. mais ate hojee vejo gentee pulando .. naum me arrependo do que fiz so acho que .. era uma maneiraa mais facil de poupar uma grana uhauhauhuhaahu ....

valeu veio por essa historiaa muito feraaa uhahuahua

abraçOo !!

finasaaaa ..

FABYO CANNAVARO disse...

bom e eu sou o fabyo esse fato é verdadeiro depois desse dia todos nos pagamos nossos bilhetes e nunca mais pulamos mashoje ainda tem gente que pula por la ate supervisor da contax ja pulou rsrs mas deixa pra la não vou falar quem é
o mais engraçado é que todos tinham bilhete
falou galera http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?rl=ls&uid=10894244883226658989 quem quiser me adicionar ai no orkut pode me adicionar valeu regis

Furminho disse...

meu querido historia fonomeno

isso é tudo fato veridico

hauhau ainda bem que nesse dia eu fikei no yellow bar hauahaua

Fernando M disse...

putz o paulo com cara de choro foi foda...eheheh e o super que pulou foi o Daniel ehehe

FABYO CANNAVARO disse...

bom mgalera vou deixar o nome da rapaziada que pulava com frequencia não vai dar pra por o nome de todos por que era muita gente mas ta ai os nomes daqueles que pulavam todos os dias frequentemente

Fábyo silva ( gerente ) sou eu
jeferson silva ( formi)
andre lima
cristiano
marcelo lima
fabio noberto ( robinho )
vinnie
vinicius ( alemão )
gui ( billy joe )
jose silva ( junião )
jader
lui
fernando medeiros
paulo

tem maos gente mas esses nomes pulavam todos os dias e fizeram parte dessa historia veridica de pular estações um salve a toda galera da contax e a todos que pulavam e pulam ate hoje um abraço galera
fuiiiiiiiiiii..............................

Branco_ disse...

Eu sou o MArcelo da história, tudo verdade, foi muito engraçado, os policiais ainda disseram para nós mandarmos mosso patrão tomar no cú, foi demais....hahahaha